Caneta Bic

A história da famosa e popular caneta Bic começou no dia 25 de outubro de 1945 quando Marcel Bich, um ex-gerente de produção de uma fábrica de tintas, comprou uma modesta fábrica em Clichy, um subúrbio ao norte de Paris. Bich, então, em sociedade com Edouard Bouffard começou a produzir peças para canetas-tinteiro e lapiseiras.

A dupla fabricava inicialmente para terceiros, entre eles a famosa marca americana Waterman. À medida que o negócio de peças para instrumentos de escrita começou a crescer, o desenvolvimento da esferográfica avançava, tanto na Europa como nos Estados Unidos. Bich viu o enorme potencial desse novo instrumento de escrita.

Depois de obter os direitos das patentes para uma esferográfica criada em 1935 pelo inventor húngaro László Bíró, que estava refugiado na Argentina, melhorou seu processo de produção (investiu em tecnologia suíça capaz de cortar e moldar o metal até 0,01 milímetros, conseguindo obter uma esfera de aço inoxidável de um milímetro que permitiu que a tinta a fluir livremente) e introduziu em dezembro de 1950 suas canetas confiáveis e a um preço acessível na Europa, chamando-as de Bic Cristal, uma abreviação rápida e fácil de seu sobrenome.

Como ele pretendia exportar o produto para os Estados Unidos, o H do final do nome foi suprimido. Isto porque, em inglês “bich” tem a pronúncia parecida com “bitch”, um  palavrão.

Cada caneta tem tinta suficiente para escrever por entre 2 e 3 quilômetros (dá para fazer um traço do começo ao fim da Avenida Paulista, em São Paulo). Não importa a cor da caneta – a única diferença entre a preta e a azul, as tradicionais, são os corantes: carbono para preto, ferro para azul. Os pigmentos são adicionados a um solvente – água ou óleo – e essa mistura molha a esfera na ponta da caneta, que gira e passa a tinta para o papel. Daí o nome “esferográfica”.

De formato hexágono para não nunca rolar e cair da mesa. No meio do corpo há um furinho, que mantém a pressão atmosférica dentro da caneta igual à de fora. Assim, a pressão ajuda a empurrar a tinta para a ponta da caneta. Por causa desse design, a Bic virou até peça do acervo de design do Museu de Arte Moderna de Nova York.

A bolinha da ponta da caneta, que passa tinta para o papel, é de carbureto de tungstênio, metal usado em balas de revólver e 4 vezes mais resistente do que o aço. Já o corpo da caneta é mais inofensivo, de poliestireno e polipropileno, plásticos usados em copos descartáveis.

HISTÓRIA

Em 1944, Marcel Bich (1914-1994) compra uma fábrica em Clichy, na França, e se estabelece com seu sócio, Édouard Buffard (1908-1996), para fabricar componentes de instrumentos de escrita.

Primeira fábrica da Bic e seus proprietários, Marcel Bich e Edouard Bouffard
Anúncio da Bic, ganhador do Oscar da publicidade em 1952

Marcel Bich, acreditando no potencial da caneta esferográfica, adapta e aperfeiçoa a esferográfica inventada pelo húngaro László Biró e, em Dezembro de 1950, lança sua própria caneta esferográfica na França sob a marca Bic, uma versão mais curta e memorável do seu próprio nome. A qualidade e o preço acessível da caneta esferográfica Bic Cristal faz com que ela seja rapidamente adotada por um número crescente de consumidores.

Em 1952, Bic ganha o “Oscar da publicidade” francês com a campanha publicitária “Ela corre, ela corre” criada pelo famoso designer francês Raymond Savignac.

Em 1953, Marcel Bich e Édouard Buffard criam a Société Bic para fabricar e distribuir as canetas esferográficas Bic

Bic estabelece presença na Itália em 1954, depois na Holanda, Áustria, Suíça e Espanha.

Em 1956, a Bic chega ao Brasil. Em 1960 constrói-se uma fábrica em São Paulo, iniciando a expansão da Bic na América do Sul.

Em 1958, a Companhia adquire a Waterman Pen Company nos EUA e entra no mercado norte-americano. Anos mais tarde, a marca teria fábricas em várias partes do mundo.

Raymond Savignac cria um personagem com uma cabeça de esfera para a campanha “Nouvelle Bille” (nova bolinha) em 1960. O garoto é colocado ao lado das letras B-I-C , e ambos ganham a cor laranja. O logotipo nunca mais mudou e, desde então, o laranja tournou-se a cor oficial da Bic.

Em 1973, após adquirir Flaminaire, fabricante francês de isqueiros de alta qualidade no ano anterior, Bic lança o primeiro isqueiro Bic portátil com chama ajustável. Sua qualidade e segurança fizeram dele um sucesso imediato.

Em 1001, a caneta Bic Cristal passa a fazer parte da coleção permanente do Departamento de Arquitetura e Design do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA).