Gol Linhas Aéreas anuncia frota de carros voadores elétricos

A companhia aérea Gol planeja ter a sua própria frota de “carros voadores elétricos”, que começaria a operar em 2025 no Brasil. O anúncio foi feito na terça-feira (21 de setembro de 2021), pela companhia, que pretende comprar e/ou arrendar 250 aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL).
Segundo a empresa brasileira, a frota de aviões elétricos será formada pelas aeronaves VA-X4 eVTOL, fabricadas pela britânica Vertical Aerospace, consideradas um dos modelos de taxi aéreo mais avançados da atualidade. A empresa irlandesa de leasing Avolon ficará responsável por fornecer os veículos.

O futuro “carro elétrico voador” da Gol pode transportar até quatro passageiros e um piloto, voando a uma velocidade máxima de 320 km/h. Com uma única carga, o modelo alcança distâncias de até 160 km, de acordo com as informações oficiais divulgadas pela fabricante.
Ainda conforme a companhia brasileira, a novidade reforçará a sua estratégia de investimento no mercado regional de transporte aéreo. Com o acordo, não vinculante, ela pretende abrir novas rotas, passando a atender mercados domésticos “carentes”.

A Gol pode ser a 1ª empresa do mundo a voar com o novo Vertical VA-X4 eVTOL

CERTIFICAÇÃO
Com a confirmação da parceria entre o Grupo Comporte, controlador da Gol, e a Avolon, o próximo passo é realizar um estudo de viabilidade do projeto. O processo inclui a certificação do eVTOL e a verificação da infraestrutura necessária para a operação dos novos aviões elétricos.
Entidades como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), entre outras autoridades aeronáuticas brasileiras e estrangeiras, participarão do processo. Segundo a Avolon, a expectativa é de que a certificação do VA-X4 seja finalizada até 2024.
Se confirmada a estreia da frota para 2025, a Gol terá a concorrência da Azul também neste segmento. Em agosto, a companhia anunciou a encomenda de 220 aeronaves eVTOL em parceria com a startup alemã Lilium, cuja operação deverá começar no mesmo ano.

TECNOLOGIA
“Para quem está no chão, o barulho do eVTOL é praticamente o mesmo de uma geladeira na cozinha. E, por conta da tecnologia, quase não precisa de manutenção e reduz os custos de operação em 80%”, diz Felipe Campos, Chefe Técnico da Avolon, empresa irlandesa que fornecerá as aeronaves à Gol. Por isso, não é exagero dizer que a companhia quer substituir (e democratizar) o serviço dos helicópteros.

Com capacidade para apenas quatro passageiros, além de um piloto, o Vertical VA-X4 eVTOL não serve para os planos de regionalização e capilarização da malha aérea. Em vez disso, a ideia é transportar os passageiros desde grandes centros urbanos até os aeroportos – e vice-versa. Mas a própria Gol admite que novas frentes de negócio poderão surgir, como transporte de encomendas e aeromédicos.
“As possibilidades vão muito além dos passageiros e dependem da criatividade do grupo. Mas essa não é uma decisão que cabe a nós e sim ao Grupo Comporte. Atualmente, nosso empenho é para tornar o projeto viável. Como o business plan ainda será estudado, é cedo para dizer se realmente apostaremos em outros serviços”, diz Sérgio Quito, chairman do Conselho de Segurança Operacional da Gol.
esse ainda é um projeto em desenvolvimento e, por isso mesmo, serão produzidas somente 50 unidades em 2024, que devem passar a 250 unidades no ano seguinte e chegar às 1.000 aeronaves feitas em 2026. “Não é loucura pensar que a Gol pode ser a primeira empresa do mundo a voar com o novo Vertical VA-X4 eVTOL, já que estão desde o começo de todo o processo”, afirma Campos.

Há um longo caminho para as aeronaves elétricas realmente se tornarem realidade no mercado brasileiro, e também preocupações para adaptar a infraestrutura. Por exemplo, o Novo Aeroporto de São Paulo, projeto tocado pelo Grupo CCR, haverá planejamento para receber o eVTOL.  A empresa Azul anunciou um plano semelhante em agosto.