Leonardo da Vinci
Leonardo Di Ser Piero da Vinci (1452-1519), mais conhecido Leonardo da Vinci foi um italiano que se destacou no Alto do Renascimento (um período de artes com suas proporções majestosas, significando o ressurgimento em grande escala da arquitetura romana antiga. Caracterizada pelo equilíbrio ideal entre estática e movimento), foi cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, escultor, pintor, botânico, poeta, músico e arquiteto.
VIDA
Pouco se sabe sobre a sua vida pessoal e ele mesmo parece ter sido extremamente reservado no que respeita às suas relações mais íntimas. No entanto, tem sido investido bastante esforço de pesquisa e especulação sobre este aspecto da sua vida, tanto pelo fascínio que o seu gênio artístico e científico exerce, como pelo seu aparente magnetismo pessoal.
A descrição e a análise da personalidade de Leonardo, dos seus desejos pessoais e comportamento íntimo baseia-se num grande número de fontes: registos sobre ele, as suas biografias, os seus próprios diários, as suas pinturas e desenhos, os seus associados e especulações de contemporâneos seus.
Este conjunto de informação revela o quadro de um homem que parece ter tido uma vida familiar encorajadora, que trabalhou cooperativamente com terceiros, tanto como aprendiz como mestre, e que providenciou bem pelas necessidades dos que estavam à sua responsabilidade.
As descrições de contemporâneos de Leonardo e os seus retratos combinam-se para criar uma imagem de um homem alto, atlético e extremamente atraente.
Os seus retratos mostram que, na sua velhice, usava o cabelo comprido num tempo em que a maioria dos homens o usava curto ou pelos ombros, e a barba curta ou a cara barbeada. A barba de Leonardo, por seu lado, descia-lhe até ao peito. A sua roupa era descrita como diferente, na escolha de cores vivas e de túnicas curtas, ao gosto dos mais novos, já que os homens da sua idade vestiam normalmente trajes compridos. A imagem de Leonardo, na sua velhice, foi recriada na estátua que se encontra no exterior da Galleria degli Uffizi, em Florença.
A representação mais conhecida da cara de Leonardo é um desenho a giz vermelho que parece ser um auto-retrato. No entanto, a identificação é controversa dado que o homem representado aparenta ter mais idade que os 67 anos que Leonardo viveu. Foi sugerido, no entanto, que Leonardo teria “envelhecido” o seu retrato propositadamente, tal como um artista forense moderno o faria, para providenciar um modelo a Rafael no seu fresco A Escola de Atenas, em que Platão é representado com as feições de Leonardo. É geralmente aceite que um retrato em perfil existente na Pinacoteca Ambrosiana, em Milão, representa Leonardo, também com cabelos compridos e barba esvoaçante. A imagem foi repetida na gravura utilizada para a primeira edição da obra de Vasari, Vidas.
Leonardo era um homem de grande magnetismo pessoal, simpatia e generosidade, e foi geralmente respeitado e acarinhado pelos seus contemporâneos. De acordo com Vasari, “o temperamento de Leonardo era tão adorável que ele era dispunha do afeto de toda a gente”. Era um “conversador brilhante” que encantava Ludovico il Moro com a sua inteligência. Vasari resume a sua descrição dizendo “Na aparência era notável e belo, e a sua magnífica presença confortava as almas mais perturbadas; era tão persuasivo que conseguia vergar os outros à sua própria vontade. Era tão forte fisicamente que conseguia enfrentar a violência e, com a sua mão direita, entortava ferraduras e batentes de ferro como se fossem de chumbo.
Era tão generoso que alimentava todos os seus amigos, ricos ou pobres… O seu nascimento deu a Florença, uma excelente prenda, e a sua morte castigou-a com uma perda incalculável”.
Alguma da sabedoria pessoal de Leonardo transparece de um conjunto de fábulas que escreveu. Um dos temas prevalentes é o erro de uma auto-estima exagerada e os benefícios que se podem ganhar com humildade, atenção e iniciativa.
Vasari relata que o jovem Leonardo “teria sido brilhante nas suas primeiras lições, se não fosse tão volátil e flexível; pois estava constantemente a tentar aprender uma multitude de coisas diferentes, desistindo da maior parte ao fim de pouco tempo. Quando começou a estudar aritmética, conseguiu, em poucos meses, um progresso tão notável que deixava espantado o seu mestre com as perguntas que fazia e os problemas que colocava… Constantemente, durante estas suas iniciativas, Leonardo nunca parava de desenhar…”
O pai de Leonardo, Ser Piero, percebendo que os talentos do seu filho eram extraordinários, decidiu mostrar alguns dos seus desenhos ao seu amigo, Andrea del Verrocchio, que tinha um dos maiores ateliers de arte de Florença. Leonardo foi aceite com aprendiz e “rapidamente provou ser um geômetra de primeira classe”. Vasari afirma que durante a sua juventude, Leonardo fez um certo número de bustos de barro representando mulheres e crianças sorridentes, dos quais foram feitos moldes que ainda eram vendidos pelo atelier passados 80 anos. De entre as suas primeiras pinturas conhecidas, está uma Anunciação atualmente exposta nos Uffizi em Florença, o anjo que pintou em colaboração com Verrocchio no Batismo de Cristo e uma pequena predela da Anunciação (provavelmente a sua peça mais antiga conhecida) para ser colocada por baixo de uma altar por Lorenzo di Credi.
INTERESSES
A diversidade dos interesses de Leonardo, notada por Vasari desde a infância, expressar-se-ia nos seus diários, que registam as suas observações científicas sobre a natureza, as suas dissecações de cadáveres para compreender a sua anatomia, as suas experiências com máquinas voadoras, para gerar energia a partir da força da água e para o cerco de cidades, os seus estudos de geometria e os seus projetos de arquitetura, bem como memorandos pessoais e escrita criativa, incluindo fábulas.
É aparente pelas descrições de Vasari que Leonardo aprendeu a tocar lira na infância e que tinha grande capacidade de improvisação. Por volta de 1479, Leonardo criou uma lira com a forma de cabeça de cavalo, feita “quase inteiramente em prata”, cujo tom era “sonoro e ressonante”. Lorenzo de Medici soube desta lira e querendo melhorar as suas relações com Ludovico Sforza, o usurpador do Ducado de Milão, enviou por Leonardo a lira como oferta ao Duque. O desempenho musical de Leonardo foi de tal forma superior aos dos músicos da corte de Ludovico que deixou o Duque encantado.
Leonardo sempre amou a natureza. Nas proximidades da sua casa de infância há montanhas, árvores, rios e animais selvagens. Este ambiente de juventude terá estado na origem do interesse de Leonardo pela natureza, proporcionado-lhes as condições perfeitas para observação e estudo do mundo natural e, talvez, pela pintura. As duas recordações mais antigas que relatou são de um papagaio de papel pairando sobre o seu berço e de uma gruta nos bosques
O amor de Leonardo pelos animais está documentado em relatos dos seus contemporâneos, nas suas biografias mais antigas e nos seus livros de notas. Contrariamente aos costumes da época, Leonardo chegou mesmo a questionar a moralidade de comer animais quando tal não era indispensável à saúde. Coerente com as suas ideias, Leonardo tornou-se vegetariano. Edward MacCurdy indica que “…a mera ideia de permitir sofrimento desnecessário, mais ainda do que matar (animais), era repugnante para ele. Vasari indica, como exemplo do amor de Leonardo pelos animais, que quando em Florença, ao passar por vendedores de pássaros, Leonardo os retirava das gaiolas com as suas próprias mãos e, depois de pagar o preço pedido, os deixava voar, devolvendo-os à liberdade.”
Que este horror a infligir dor era tal que o levou a tornar-se vegetariano pode ser inferido de uma referência que aparece numa carta enviada por Andrea Corsali a Juliano II de Médici, na qual, depois de descrever uma raça indiana chamada Gujerats (provavelmente uma referência ao Jainismo do estado Indiano do Gujarat) que não comem nada que contenha sangue nem ferem nenhum ser vivo como, refere, “o nosso Leonardo da Vinci.”
Leonardo escreveu nos seus livros de notas, que apenas foram decifrados no início do século XIX: “Se és, como te descreves a ti próprio, o rei dos animais — seria preferível que te chamasses a ti próprios rei das feras selvagens porque és a maior de todas! — porque não os ajudas para que eles possam ser capazes de oferecer os seus filhos ao teu palato, por mor do qual te transformaste num cemitério para todos os animais? Poderia ainda afirmar mais, se tal me fosse permitido.”
Poder-se-ia questionar o valor atribuído por Leonardo à vida humana tendo em atenção os seus inúmeros projetos de armas mas, no entanto, nenhum dos seus projetos concebia armas ofensivas. É provável que a sua investigação no campo do armamento se inserisse na sua busca de mecenas ou, talvez, ele gostasse apenas de desenhar armas, como gostava de desenhar gárgulas. Leonardo projetava, contudo, vastas fortificações. Nas suas próprias palavras: “Quando cercado por tiranos ambiciosos, procuro formas de ataque e defesa com o objectivo de preservar o principal bem da natureza, a liberdade; e falo primeiro da localização das muralhas, e só depois de como os povos podem manter os seus bens e os seus reis”. Leonardo referia-se à guerra como uma pazzia bestialissima (uma “loucura bestialíssima”).
Tem-se afirmado que Leonardo “pode ser o artista canhoto mais reconhecido universalmente de todos os tempos”, um facto documentado por numerosos autores da Renascença, e conspicuamente manifesto nos seus desenhos e na sua caligrafia. Nos seus livros de notas, escreveu em modo espelho devido a ser canhoto (era mais fácil), pelo que foi falsamente acusado de tentar ocultar o seu trabalho. Alguns especialistas antigos italianos discutiram se Leonardo também desenharia com a mão direita; historiadores Anglo-americanos recentes não dão crédito a estas alegações de ambidestria.
Alguns antropólogos italianos afirmam que conseguiram reconstruir a impressão digital do indicador esquerdo de Leonardo. A reconstrução resultou de três anos de pesquisas e pode ajudar na atribuição de pinturas e manuscritos ao artista, afirmou Luigi Capasso, director do Instituto de Pesquisa Antropológica da Universidade de Chieti, na Itália central. “Acrescenta o primeiro toque de humanidade. Sabíamos como Leonardo encarava o mundo e o futuro … mas quem era ele? Este pedaço de informação biológica fala de um homem como qualquer outro, não sobre um gênio”, disse Capasso.
A descoberta pode lançar nova luz sobre uma grande variedade de temas, incluindo o tipo de comida preferido pelo artista ou sobre a se a sua mãe era de origem árabe. A pesquisa baseou-se em fotos de 200 impressões digitais, a maioria obtida de documentos manuseados por Leonardo. Capasso e outros peritos, afirmam que as impressões digitais podem conter traços de saliva, sangue ou da comida que estava a comer. O padrão da impressão digital, por sua vez, sugere uma origem oriental: “nem todas as populações tem impressões digitais típicas, mas as suas marcas partilham proporções específicas. As que encontramos nesta (de Leonardo) impressão digital aplicam-se a 60% da população árabe, o que sugere a possibilidade que a sua mãe tenha origens no Médio Oriente”, afirmou Capasso. A noção de que a mãe de Leonardo possa ter sido uma escrava trazida de Constantinopla para a Toscânia não é nova, e tem sido objeto de pesquisa particular
Da pintura à engenharia, Da Vinci dominou várias técnicas, tornando-o um dos nomes mais populares do período. Na engenharia, elaborou uma série de invenções.
Nas últimas décadas,, vários cientistas têm se debruçado na tentativa de “dar vida” aos projetos do gênio inventor e testar a sua funcionalidade. Veja alguns deles abaixo:
ASA-DELTA
Desde pequeno, Leonardo Da Vinci era obcecado por encontrar um jeito de voar. Chegou a desenhar várias máquinas voadoras, mas a asa-delta planadora é a mais famosa.
Bastante similar ao modelo que se conhece hoje, o artefato consiste em uma grande asa capaz de planar, na qual o piloto vai acoplado na parte de baixo, por meio de cordas e presilhas. Essa foi mais uma invenção testada posteriormente.
Campeão mundial de parapente, o britânico Robbie Whittall voou em novembro de 2002 com uma asa-delta semelhante à projetada pelo italiano.
ROBÔ TAMBORILADOR
Carro chefe da mostra As Máquinas de Leonardo Da Vinci, o item é o protótipo de um robô articulado que vem com um tambor acoplado à cintura. A intenção era criar um autômato que seguisse os soldados em paradas militares.
O robô precisava de um veículo – uma carruagem ou charrete puxada por cavalos – para fazer com que as engrenagens internas se movimentassem, fazendo com que ele tocasse o tambor.
“Anos de pesquisa nos levaram a esse robô, o primeiro autômato da história construído por Leonardo. Os desenhos da construção estavam desaparecidos. Através de esboços espalhados em anotações, conseguimos recuperar o sistema para reconstruí-lo”, afirma o historiador Luca Paolo.
PONTE GIRATÓRIA
Por meio de um complexo sistema de cordas e polias, essa ponte pode ser enrolada e recolhida facilmente, evitando assim a passagem de inimigos. Feita de materiais leves, mas fortes, como madeira, a ponte também seria de fácil instalação.
“Mais uma de tantas pontes que Leonardo chegou a desenhar e, certamente, uma de suas invenções mais utilizadas até hoje”, relata o historiador Luca Paolo.
A famosa ponte sobre o rio Tyne, em Newcastle, no Reino Unido, e a Railroad Bridge, sobre o rio Mississipi, em Minnesota, Estados Unidos, são exemplos de pontes giratórias.
APARATO PARA CAMINHAR SOBRE A ÁGUA
Esse curioso artefato dava esperanças ao sonho humano de caminhar sobre a água. Por meio de duas serras hidráulicas (semelhante a pequenas pranchas de esqui) e dois bastões com círculos nas extremidades, o artefato funcionaria com o movimento de fricção entre a prancha e a água – a roda na parte inferior da prancha estaria em contato com água, fazendo com que o indivíduo “deslizasse” sobre a mesma.
As hastes nas mãos serviriam para dar equilíbrio e direcionar as pranchas. “Era um sistema simples para a travessia de rios e lagoas e demonstra, mais uma vez, a preocupação de Leonardo com os momentos de grandes enchentes, pois o equipamento era destinado a essas situações”, ressalta o historiador Luca Paolo.
Em 1988, o francês Remy Bricka alcançou a façanha de caminhar sobre o Oceano Atlântico, usando um equipamento bastante similar ao projetado por Leonardo Da Vinci. Segundo o Guiness Book de 2002, Bricka levou trinta e um dias para atravessar o Oceano, iniciando nas Ilhas Canárias (arquipélago espanhol) e terminando no Caribe.
BICICLETA
Não foi comprovada que essa invenção seja de Leonardo Da Vinci, já que, no esboço em que foi encontrada, havia a assinatura de seu pupilo Salai. A ausência de mais informações deixa no ar a pergunta sobre seu real autor.
Similar à que utilizamos atualmente, essa bicicleta tinha pedais, correntes e um guidão que permitia realizar curvas, dobrando até 90º.
“Não podemos creditar essa invenção a Leonardo, mas também não temos como inferir que seu pupilo a desenhou. Na restauração do Madri, um dos muitos códigos de Leonardo, foi encontrado este desenho no meio de duas páginas coladas. Os críticos concordam que seu aluno poderia ter copiado a bicicleta de um modelo visto na oficina de Leonardo, uma vez que ele não possuía habilidade para conceber tal criação”, afirma o historiador Luca Paolo.
MÁQUINA ESCAVADORA
Invenão conhecida também como escavador, escavadora ou pá mecânica. Leonardo criou esta máquina para acelerar a remoção da terra durante as escavações para a construção de canais.
ROLAMENTO
Este projeto foi desenhado, aproximadamente, entre 1498 e 1500. Apesar da existência de rolamentos ser datada de período anterior ao nascimento de Cristo, Leonardo da Vinci aprimorou o dispositivo para diminuir a fricção entre as esferas. Hoje, os rolamentos são encontrados em praticamente tudo.
EQUIPAMENTO DE MERGULHO
Além de obcecado pelo ar, Leonardo Da Vinci também mostrou inquietação pelas coisas subaquáticas. No caso do equipamento de mergulho, o objetivo era possibilitar o ataque de embarcações por baixo. O traje foi imaginado em couro, com visor de vidro para e canal respirador (snorkel) feito em cana.
ORNITÓPTERO
Este projeto foi desenhado, aproximadamente, em 1485. O ornitóptero é um equipamento de vôo que obtém a sustentação e a propulsão a partir do movimento alternativo das asas, como ocorre com algumas aves e/ou insetos. Neste caso, o invenção de Da Vinci tinha a forma das asas de um pássaro.
CANHÃO DE TRINTA E TRÊS CANOS
Frustrado com a demora no tempo de recarga das armas de fogo em sua época, Da Vinci resolver criar o protótipo de um canhão de trinta e três canos. O aparato deveria conter três fileiras de 11 mosquetes sobre rodas, de forma que enquanto o soldado atirava com uma fileira de armas, a outra era recarregada.
HELICÓPTERO
Este projeto foi desenhado, aproximadamente, em 1493. Também conhecido como “parafuso voador”, este helicóptero de Da Vinci é considerado uma de suas invenções mais estranhas e, de acordo com os cientistas, de pouca utilidade: provavelmente nunca teria saído do chão e exigia o trabalho de quatro homens para funcionar.
CIDADE DO FUTURO
Este projeto foi desenhado, aproximadamente, entre 1482 e 1489. Durante o tempo em que viveu em Milão, Da Vinci percebeu que a peste negra atingia mais as cidades do que as zonas rurais. Elaborou assim, o que seria a cidade do futuro, com melhores condições sanitárias, rápido estabelecimento de água e até estábulos com ventilação.
CARRO AUTO-PROPELIDO
Este projeto foi desenhado, aproximadamente, em 1478. Ancestral dos carros modernos, o carro auto-propelido era uma espécie de veículo que se movia sem motorista, apenas através de uma interação sequencial de molas e engrenagens. Em 2004, cientistas em um museu de Florença fizeram uma réplica do carro do inventor.
PARAQUEDAS
Este projeto foi desenhado, aproximadamente, em 1485. Leonardo Da Vinci, desde criança, sonhava em voar e se tornou obcecado por dispositivos voadores, como podemos perceber nesta lista. Mas além de voar, era necessário cair suavemente, e para isso elaborou um paraquedas com formato piramidal. Esta invenção foi testada por Adrian Nicholas, em 2000, e funcionou perfeitamente.
TANQUE BLINDADO
Este projeto foi desenhado, aproximadamente, em 1487. O tanque blindado do inventor italiano tinha o formato de um disco voador e canhões em toda a culatra, permitindo um giro de 360º. A cobertura convexa tinha como objetivo desviar dos ataques dos inimigos. Tinha capacidade para até oito pessoas.
ANEMÔMETRO
Este projeto foi desenhado, aproximadamente, entre 1483 e 1486. Este anemômetro, que tinha como objetivo medir a velocidade do vento, não foi totalmente criado por Da Vinci, mas aprimorado a partir dos desenhos feitos por Leon Batista, em 1450.
ARTISTA
O primeiro trabalho importante de Da Vinci foi uma parte da tela “O Batismo de Cristo”, de Verrocchio, quando pintou os anjos e a paisagem à esquerda do quadro.
Em 1478, Leonardo da Vinci executou um painel do altar para a capela de São Bernardo, no Palácio da Senhoria. Em 1481 ele foi encarregado de pintar um painel para a igreja dos frades de São Donato, de Scopeto, próxima de Florença, mas a obra “Adoração dos Magos” ficou inacabada.
Em 1482, com 30 anos, Da Vinci transferiu-se para Milão e ofereceu seus serviços a Ludovico Sforza, o Duque de Milão, apresentando-se como engenheiro, arquiteto e pintor. Em 1483 pinta o quadro “A Virgem das Rochas”, da qual existem duas versões, uma no Museu do Louvre e a outra, provavelmente posterior, na Galeria Nacional de Londres.
Em 1495, Leonardo da Vinci inicia a obra “A Última Ceia”, um afresco de dimensões consideráveis, 9 metros de largura e 4 metros e 20 cm de altura, numa parede do Convento de Santa Maria dele Grazie, em Milão. Foram três anos de trabalho, desenhando e redesenhando as figuras da Ceia. Nessa época, pinta o retrato de Cecília Gallerani, conhecido como “A Dama com Arminho”.
Leonardo da Vinci ficou em Milão até 1499 para projetar a catedral, mas acabou esboçando e construindo a rede de canais e um vasto sistema de irrigação e abastecimento de água. Fez o projeto completo da urbanização da cidade. Nesse mesmo ano, quando os franceses invadiram a cidade, Leonardo retornou para Florença. O artist viajava o tempo todo.
Em Veneza, Da Vinci estuda o sistema defensivo da cidade ameaçada pelos turcos. Estuda anatomia e é acusado de desrespeito aos mortos, por dissecar cadáveres, prática que constituía crime, além de ser pecado contra a Igreja. Registrou inúmeros desenhos no “Tratado de Anatomia” que escreveu.
De volta a Florença é nomeado Engenheiro Militar e acompanha César Bórgia nos seus empreendimentos de guerra. Em 1503, inicia a tela Gioconda. Segundo o pintor e biógrafo Giorgio Vasari (1511-1574) Francesco del Giocondo, um rico florentino, encomendou a Leonardo o retrato de sua mulher.
Em 1507 é nomeado pintor e engenheiro na corte de Luís XII da França, Nesse mesmo ano termina a Mona Lisa de Giocondo.
Mona Lisa (Senhora Lisa) também conhecida como A Gioconda (em italiano, La Gioconda, a sorridente; em francês, La Joconde) ou ainda Mona Lisa del Giocondo (Senhora Lisa, esposa de Giocondo) é a mais notável e conhecida obra de Leonardo da Vinci.
Sua pintura foi iniciada em 1503 e é nesta obra que o artista melhor concebeu a técnica do sfumato. O quadro representa uma mulher com uma expressão introspectiva e um pouco tímida.
O sorriso ambíguo de Mona Lisa é, sem dúvida, o elemento do quadro que mais tem captado a atenção de quem o observa. Potenciou diversas leituras e teorias, inspirando textos, músicas, filmes, entre outros.
Vários estudos foram realizados para identificar o sentimento que está por trás do seu sorriso, incluindo alguns que utilizaram sistemas de computador que reconhecem emoções humanas através de fotografias. Embora surjam outros resultados como medo, angústia ou incômodo, uma esmagadora percentagem (86%) dos traços, visíveis nas rugas de expressão em torno dos olhos e na curva dos lábios. parecem indicar felicidade.
Muitos historiadores da arte desconfiavam de que a reverência de Da Vinci pela Mona Lisa nada tinha a ver com sua maestria artística. Segundo muitos afirmavam devia-se a algo muito bem mais profundo: uma mensagem oculta nas camadas de pintura. Se observarem com calma verá que a linha do horizonte que Da Vinci pintou se encontra num nível visivelmente mais baixo que a da direita, ele fez com que a Mona Lisa parecer muito maior vista da esquerda que da direita. Historicamente, os conceitos de masculino e feminino estão ligados aos lados – o esquerdo é feminino, o direito é o masculino.
A pintura apresenta uma mulher sentada, mostrando apenas a parte superior do seu corpo; no fundo, uma paisagem que mistura a natureza (as águas, as montanhas) e a ação humana (os caminhos). O corpo da modelo surge numa estrutura piramidal: na base estão as suas mãos, no vértice superior o seu rosto.
A teoria mais provável é a de que a pintura retrata Lisa del Giocondo, esposa de Francesco del Giocondo, figura importante da sociedade de Florença.
Alguns estudiosos determinaram que existem documentos que referem que Leonardo estava pintando um quadro dela, o que parece contribuir para a veracidade da teoria.
Outro fator a ter em conta é que se acredita que a mulher teria sido mãe pouco tempo antes e o quadro teria sido encomendado pelo marido para comemorar o momento.
Investigações que analisaram as várias camadas de tinta na obra parecem indicar que, nas primeiras versões, Mona Lisa estaria com um véu nos cabelos que era usado pelas mulheres grávidas ou que tinham parido recentemente.
A pintura a óleo sobre madeira de álamo encontra-se exposta no Museu do Louvre, em Paris, e é uma das suas maiores atrações.
A Última Ceia é uma pintura sobre parede realizada por Leonardo da Vinci entre 1494 e 1497 no refeitório do Convento de Santa Maria Delle Grazie, em Milão, Itália.
A composição pictórica mede 4,60 por 8,80 metros e é uma das obras mais famosas do mundo e das mais conhecidas do artista, assim como uma das mais estudadas e copiadas de todos os tempos.
Para a realização desta pintura, Leonardo não optou pela tradicional técnica de afresco mais comum (de têmpera de ovo sobre reboco úmido), mas antes decidiu experimentar com um ligante à base de óleo sobre gesso seco.
Uma das obras mais famosas de Da Vinci o Homem Vitruviano mostra uma figura masculina nua em duas posições e faz menção as proporções divinas perfeitas, ou seja, a idealização do homem ideal.
Também conhecido como “O Homem de Vitrúvio”, esta ilustração foi criada por inspiração a partir do conceito desenvolvido pelo arquiteto romano Marcos Vitrúvio Polião, autor dos Dez Livros sobre a Arquitetura(De Architectura Libri Decem, em latim).
O desenho mostra a figura de um homem nu, com os braços e as pernas abertas e em diferentes posições, de modo simétrico. O Homem de Vitrúvio também mostra o conceito da chamada “proporção divina”, sendo que era baseado em figuras geométricas perfeitas e equações matemáticas.
Além de Leonardo da Vinci, outros artistas também fizeram versões sobre o conceito do Homem descrito pelo arquiteto, como Francesco di Giorgio, Cesare Cesariano, Robert Fludd, entre outros.
A ilustração do Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci foi feita em 1490, durante o período do Renascimento, quando foram redescobertos os textos clássicos de Vitrúvio com a descrição gráfica das medidas corretas.
Por estar relacionado ao Renascimento, o desenho de Da Vinci também está filosoficamente ligado ao Antropocentrismo, se transformando num símbolo deste conceito humanista.
Atualmente, o Homem Vitruviano de Da Vinci faz parte da coleção artística da Galleria dell’Accademia (Galeria da Academia), em Veneza, na Itália.
MORTE
Leonardo da Vinci se tornou um dos expoentes máximos do Renascimento, movimento artístico e cultural que promovia uma redescoberta do mundo e do Homem, priorizando o humano em detrimento do divino. Morreu com apenas 67 anos em 2 de maio de 1512, na França, ficando para sempre marcado como um dos maiores gênios da Humanidade